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Boca é a porta de entrada para doenças sistêmicas

“A boca é a porta de entrada de quase todas as doenças”, já dizia o grande sábio Confúcio, no século V a.C. No fim do século XIX e na primeira metade do século XX, focos de infecção odontológica já eram relacionados com o início e progressão de várias doenças inflamatórias em regiões mais distantes da boca, como úlceras, artrites e apendicites. Durante um bom tempo esse assunto ficou esquecido, mas atualmente voltaram os estudos nesse sentido. Hoje, já existe um consenso de que não há saúde sem saúde oral.


 Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é um estado de completo bemestar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Dessa forma, uma pessoa que possua uma saúde bucal insatisfatória não pode ser considerada saudável. Basta ver como cai a qualidade de vida da pessoa que apresenta uma condição bucal insatisfatória: sua aparência fica comprometida, a pronúncia fica alterada, o hálito fica desagradável, a autoestima desce a ladeira e os relacionamentos social e profissional se comprometem. Cuidar bem da boca, com uma boa higiene oral ajuda no amor, na saúde, na profissão, contribui para o sucesso e a felicidade.

 Quando falamos em boca ou dentista, o que nos vem à cabeça num primeiro momento são dentes e cáries. É que o número de dentes cariados aumenta a cada dia, em grande parte culpa da maior disponibilidade de alimentos que contêm açúcar, como biscoitos e refrigerantes, uns dos principais causadores da cárie. Precisamos mudar esse pensamento. Alguém já parou para pensar que na boca não existem apenas dentes? Que é na boca que tudo começa? Que por ela passam nossa alimentação e uma parte do ar que chega aos nossos pulmões? Que o sangue que passa por ela é o mesmo que passa pelo coração, pulmão, fígado, cérebro, etc? Que tudo o que acontece na boca pode refletir em diferentes partes do nosso organismo?

Porta de entrada – A boca faz parte do corpo e não pode ser tratada isoladamente. Precisamos nos conscientizar de que, além dos dentes, língua e gengivas, existem na boca bilhões de bactérias. Mal cuidada, ela é a porta de entrada para muitos problemas sistêmicos e, muitas vezes, nem damos conta disso. No Instituto do Coração (Incor), por exemplo, 40% dos pacientes atendidos com endocardite bacteriana (infecção bacteriana das válvulas do coração) têm a origem da doença na má higienização bucal. Pior: 20% delas vão a óbito.

 Durante a nossa vida, todas as superfícies do corpo são expostas à colonização por uma grande variedade de micro-organismos que habitam a cavidade oral. Nossa boca possui uma área aproximada de 215 cm2. Nesse espaço estima-se que SAÚDE BUCAL existam de 400 a 500 espécies diferentes de micro-organismos (bactérias, fungos, protozoários, vírus) e que, em apenas um mililitro de saliva, estão presentes aproximadamente 150 milhões de bactérias. O número de bactérias em uma boca saudável está perto dos 10 bilhões, de acordo com estimativas. E esse número aumenta muito quando a higiene bucal é inadequada (nem todas essas bactérias causam doenças). A má higiene oral é uma das mais destacadas formas de disseminação de bactérias, o que pode ter influência sobre a saúde geral do indivíduo, afetando diretamente, ou contribuindo para o desenvolvimento de patologias em outros órgãos e sistemas do corpo humano.

 Doenças periodontais proliferam bactérias

 Da mesma forma que problemas bucais podem ter reflexos em outras partes do organismo, o inverso também é verdadeiro. Diversas patologias gerais podem afetar o início, o curso e a progressão de doenças periodontais (dos tecidos que sustentam os dentes).

 A periodontite é uma doença multifatorial. Trata-se de uma infecção com repercussões imunoinflamatórias que resultam na destruição dos tecidos que sustentam os dentes. Pessoas portadoras de periodontite, principalmente de forma moderada ou avançada, possuem uma carga bacteriana maior na corrente sanguínea.

 Tudo começa com a má higienização bucal. Isso faz com que o número de bactérias na boca aumente consideravelmente e provoque primeiro as doenças periodontais (gengivites, periodontites) e depois podem atingir todas as outras partes do nosso corpo, pois as bactérias da cavidade oral e seus produtos conseguem penetrar na corrente circulatória (bacteremia) e chegar a todos os demais órgãos do corpo humano. Uma vez encontrado algum órgão que se apresente debilitado, este pode ser alvo dessas bactérias e de seus produtos, causando ou agravando certas doenças.

Dentre os problemas sistêmicos, cuja presença da doença periodontal (e suas bactérias) possa ser considerada um fator de risco, podemos citar:

• Problemas digestivos:
A primeira fase da digestão acontece na boca. Se a pessoa não mastigar corretamente, vai engolir pedaços maiores de alimentos, o que tornará a digestão mais complicada, com provável incidência de azia, problemas gastrointestinais e menor aproveitamento de nutrientes essenciais;

• Doenças Cardiovasculares:
Pessoas com problemas periodontais possuem um risco duas vezes maior de apresentar alguma doença cardiovascular (mesmo risco apresentado por pessoas que fumam ou hipertensos). Várias condições cardíacas e vasculares podem ser afetadas pela bacteremia de origem bucal, entre as quais estão: Endocardite Bacteriana (infecção bacteriana – entre as mais comuns estão as de origem bucal – das válvulas cardíacas) e Arteriosclerose; Infarto e Colesterol

• Acidente Vascular Cerebral:
O trombo formado por placas de ateroma que se desprendem da parede dos vasos, ou formados pela agregação de plaquetas, atingem o cérebro e impedem a chegada de sangue em determinada região causando o “derrame”;

• Doenças Respiratórias:
Pneumonia bacteriana – o relacionamento entre a pneumonia e a doença periodontal envolve a aspiração de micro-organismos, alguns deles comuns na cavidade oral;

• Diabetes:
É certo que o diabetes é um fator predisponente para a doença periodontal – porque retarda o processo natural de cura – e que a doença periodontal agrava o diabetes. Estudos têm sugerido que toxinas bacterianas liberadas em situações de doenças periodontais podem aumentar a resistência à insulina, provocando aumento da glicose circulante e hiperglicemia;

• Bulimia:
Doença caracterizada pelo ciclo de comer compulsivamente e, logo em seguida, provocar o vômito, com a intenção de não engordar. Este ato constante de vomitar faz com que os ácidos estomacais passem pela boca levando a um desgaste do esmalte dos dentes, causando cáries, descolorações e até mesmo levando à perda do dente;

• Próteses articulares:
São passíveis de infecção via sangue, o que pode comprometer a sua manutenção e incorrer em risco de vida para o paciente;

• Artrite reumatóide:
Inflamação da membrana que reveste as articulações. Tanto a doença periodontal quanto a artrite reumatóide caracterizamse pela condição inflamatória exacerbada. Em estudos realizados, o tratamento periodontal reduziu em 58,8% os sinais e sintomas da artrite reumatóide.