Hoje vamos falar sobre mau hálito e sugiro a leitura do texto de Ana Christina Kolbe, no site saúde em movimento, de onde pincelei algumas informações:
Mau hálito é uma situação muito desagradável, que causa problemas psicológicos graves no portador, que convive com a rejeição por parte da sociedade e tende a se isolar. E como ele não sente seu próprio hálito, fica difícil saber como está no momento que vai falar com outras pessoas.
Para solucionar isso, foi desenvolvido no Japão o Breath Alert, que é o primeiro medidor de hálito portátil do mundo, menor que um celular, movido a bateria e já disponível no Brasil. Esse equipamento mede os componentes voláteis de enxofre que são responsáveis pelo odor desagradável.
A principal causa de mau hálito é a saburra lingual, uma secreção esbranquiçada ou amarelada que se adere ao dorso da língua, mais concentrada na região posterior e é composta de restos de alimentos, células epiteliais descamadas da mucosa bucal, saliva e bactérias.
Tudo que altera o volume, a viscosidade e a densidade da saliva, pode gerar mau hálito.
Quando o organismo reduz o volume de saliva produzido, só diminui a parte líquida da saliva. A parte sólida, chamada de mucina, continua sendo fabricada na mesma quantidade, e por ser muito viscosa, ela permite que se acumule mais restos de alimentos e células descamadas da mucosa da boca, aumentando assim a quantidade de saburra na língua, que por sua vez aumenta a quantidade de CSV (Componente Sulfurados Voláteis) liberado e consequentemente aumenta o odor de enxofre.
Outra causa de mau hálito é o estresse. Quando estamos estressados, as glândulas suprarrenais liberam um hormônio chamado adrenalina que é inibidor das glândulas salivares. Isso faz com que diminua o volume de saliva produzido (xerostomia) que por sua vez, permite o maior acúmulo da saburra no dorso da língua que fermenta e libera um gás a base de enxofre responsável pelo mau hálito.
Além do estresse, outros fatores podem fazer com que nossas glândulas salivares fabriquem menos saliva do que deveriam. É o caso do uso de drogas como antidepressivos, antitérmicos, maconha, quimioterápicos, etc.
Até mesmo uma dieta alimentar pode levar ao aparecimento de mau hálito. Nosso organismo precisa de glicose no sangue para na sua queima gerar energia. Quando fazemos dieta, não ingerimos carboidratos (açúcares) e consequentemente, não temos glicose no sangue. Para que o organismo não entre em colapso, ele substitui a queima da glicose pela queima da gordura e é exatamente para que isso ocorra que na dieta não ingerimos o açúcar. Porém, quando queimamos gordura, liberamos na corrente sanguínea ácidos graxos, que tem componente volátil com odores fétidos, que vão para o sangue e através deste chegam até o pulmão e por serem voláteis escapam na expiração. Isso gera hálito com odor cetônico isso é: com odor de fruta estragada. Também quando estamos em regime alimentar ingerimos menos alimentos, em espaços de tempo maiores e, portanto, mastigamos menos, estimulando pouco as glândulas salivares, fabricando menos saliva, acumulamos mais saburra na língua. Se além disso fizermos uso de inibidores de apetite, o quadro se agrava, pois estas drogas também causam diminuição da produção de saliva.
Os portadores de Halitose devem evitar antissépticos bucais contendo álcool, pois eles ressecam a mucosa da boca causando aumento de descamação e consequente aumento de saburra lingual. Podem ser utilizados antissépticos sem álcool, já existentes no mercado, embora eles apenas camuflem o odor por no máximo 1(uma) hora, no caso dos mais eficientes.
É claro que não podemos deixar de mencionar as infecções gengivais e acúmulo de placa bacteriana nos dentes como importantes causas de mau hálito, portanto, mantenha uma boa higiene bucal, tenha hábitos alimentares saudáveis e venha nos visitar e ser avaliado gratuitamente pela melhor equipe clínica da região, supervisionada por professores da USP, com mestrado e doutorado.